Somente esse motivo já justificaria uma maior atenção ao ensino de ciências por parte dos formuladores de políticas públicas na área da educação, mas existem outros. Uma segunda razão é que apenas com bom ensino de ciências para todas as crianças é possível atrair talentos para as carreiras científicas.
A terceira, e última lembrada no âmbito deste artigo, é o fato de que o conhecimento científico e as novas tecnologias são fundamentais para que a população possa se posicionar frente a processos e inovações sobre os quais precisa ter uma opinião a fim de legitimá-los. É o caso do uso de alimentos geneticamente modificados, da clonagem biológica e o uso da energia nuclear. Nesse sentido, o domínio do conhecimento científico faz parte do exercício da cidadania no contexto da democracia.
Costuma-se dizer que, no mundo contemporâneo, o capital mais importante de um país é o conhecimento. O conhecimento, contudo, depende da formação de pessoas capazes de produzi-lo. E num país com as características do Brasil, com um numeroso contingente de crianças e jovens em idade escolar, não é exagerado dizer que este é o bem mais valioso que se tem à disposição, o qual pode se converter em vantagem competitiva se esse potencial for bem aproveitado por meio de uma educação de qualidade.